POR QUE OS POBRES MORREM POBRES?
I - DIFERENÇAS ENTRE PESSOAS POBRES (OU
DE CLASSE MÉDIA BAIXA) E PESSOAS MISERÁVEIS.
Segundo
estudos mais recentes da ONU (organização das nações unidas), uma pessoa considerada
miserável, em termos econômicos (diferentemente de uma pessoa dita pobre), é
aquela que sobrevive (e não vive), com menos de um ou dois dólares ao dia,
destituída de adequada condição de vida, saúde, educação,etc.
Já
uma pessoa considerada pobre ou de classe média baixa, diferentemente, é aquela
que, além de possuir renda superior a da dita pessoa miserável e levar uma vida
minimamente digna, participa, por meio de atividades laborativas formais ou
informais, da vida econômica da sociedade.
Isto
é, o dito miserável, diferentemente de uma pessoa considerada pobre ou de
classe média baixa, é aquele que, por insuficiência de recursos financeiros, sem
ter condições básicas de subsistência:
1-
Está automaticamente fora do jogo econômico
capitalista;
2-
Está automaticamente fora da vida social e
da vida economicamente ativa;
3-
Está sem condição de cumprir os seus
deveres e, na mesma via, de fazer valer ou exercer os seus direitos plenos de
cidadão (ou mesmo de consumidor).
Nesse
sentido, ser considerado miserável é muito pior do que ser dito pobre ou de
classe média baixa, uma vez que, pensa-se aqui, frise-se:
“A situação de
miserabilidade, em mais de 99% dos casos, só se resolve com políticas públicas
ou ações filantrópicas não paliativas que caminhem nessa direção; e a superação
da pobreza, em contrapartida, depende, na maioria das vezes, apenas da
determinação do indivíduo em querer buscar se superar e/ou melhorar de vida ao
longo da sua existência dita produtiva ou proletária.”
Em
outras palavras, a pessoa pobre ou de classe média baixa, ainda que viva de
maneira precária ou como excluída social em relação às ditas de classe médias
altas ou ricas, possui renda maior ou superior a da pessoa dita miserável, além
de moradia e condições de vida minimamente dignas, como também acesso à saúde e
educação.
As
pessoas miseráveis, na maioria das vezes, diferentemente das pessoas pobre ou
de classe média baixa, encontram-se vivendo nas ruas e/ou em condições sub-humanas:
condições que não as permitem – sem auxílio externo privado ou público –
superá-las.
Em
síntese, assim como não se pode comparar economicamente uma pessoa rica com uma
pessoa pobre ou de classe média baixa, não se pode também comparar uma pessoa pobre
com uma que sobrevive em situações de miséria, embora ambas possam ser, em
sentido macro, classificadas como sendo excluídas sociais.
II –PERMANECECER POBRE, DEPOIS DE
ALCANÇADA A IDADE DA RAZÃO, É FRUTO DE UMA OPÇÃO OU MÁ FÉ.
Em
todo caso, pensa-se, nascer pobre ou miserável no mundo atual é uma
consequência direta, em mais de 90%, do capitalismo selvagem, e apenas aprox.
10% ocasionados por fatores ditos como “falta de sorte”, “azar”, “pecado
cometido pelos antepassados”, preguiça ou falta de sapiência dos pais, condições
ambientais, políticas ou climáticas desfavoráveis, etc.
Quaisquer
outras hipóteses que, em maior grau, visem culpar os pobres e miseráveis pelas
suas condições de exclusão social (e não o sistema capitalista), estarão
fazendo apologia da meritocracia e continuando a mascarar o caráter perverso e
egoísta da ética ou ótica da doutrina econômica de acumulação e concentração do
capital cada vez mais nas mãos de poucos, que é própria do capitalismo.
Entretanto,
pensa-se também que, permanecer pobre, a parir do momento em que se chega à
idade da razão, é, ainda que tentando se abster de culpa, uma opção, um estado
de conformismo e/ou de falta de entusiasmo para buscar se superar.
Isto
é, o miserável, como já dito, mas que aqui ainda se faz necessário redizer, diferentemente
da pessoa pobre, para poder se superar ou sair da condição degradante em que se
encontra, precisa de auxílio externo (caridades não paliativas ou acesso a
políticas públicas). Já a pessoa pobre, para poder se superar, prosperar ou
deixar de ser uma escrava assalariada do sistema capitalista, precisa, em
grande parte, na maioria das vezes, apenas dela mesma: de uma decisão pessoal.
Pessoas
pobres ou de classe média baixa, ao contrário das miseráveis, por exemplo, possuem
algum tipo de renda, fruto de aposentadorias, auxílios, atividades laborais
formais ou informais, etc.
Pessoas
pobres ou de classe média baixa têm conta em banco, cartões de crédito, vidas
de consumo e, portanto, estão ativas dentro do sistema econômico.
Pessoas
pobres ou de classe média baixa, presas aos processos de consumo da obsolescência
programada, pagando sempre altos juros às instituições financeiras, não só ao
parcelarem, mas também ao pagarem atrasadas suas contas, enriquecem não a elas
próprias, mas aos banqueiros e investidores especulativos.
Tanto
as pessoas miseráveis quantos as pobres ou de classe média baixa precisam da
tomada de consciência crítica. Entretanto, somente as primeiras precisam, além
da vontade própria, também de ajuda econômica para poderem sair da situação em
que estão. As pobres ou de classe média baixa, diferentemente, precisam apenas,
na maioria das vezes, de uma tomada de atitude, ou seja, da tomada de uma
decisão visando ajudarem a si mesmas.
III – SE VOCÊ ESTÁ OU VIVE EM
CONDIÇÕES DE MISERABILIDADE, ESSE LIVRO NÃO FOI ESCRITO PARA VOCÊ.
Se
você nesse momento se encontra sobrevivendo (e não vivendo), ou seja, caso você
se encontre em condição de miséria, certamente você deverá ler esse livro e
tirar algum proveito dele. Saiba, porém, que ele não foi escrito para você.
Nesse
caso (caso se esteja na miséria), antes de buscar tomar uma atitude em prol da
superação da sua condição econômica, busque ajuda externa (de pessoas ou
entidades que possam fazê-las ou mesmo do poder público). Isto é, para poder
estar em condições de promover a sua superação, primeiramente você precisa
estar vivendo em condições minimamente dignas.
Por
que essa observação?
Porque
esse livro, como já dito, foi escrito para pessoas consideradas pobres ou de
classe média baixa (e não para pessoas que estão ou vivem em condições de
miséria).
Ele
foi escrito para pessoas que, mesmo trabalhando e/ou tendo acesso a algum tipo
de renda, não sabem como fazer para prosperar, ou seja, não sabem como fazer o
dinheiro que elas ganham gerar mais dinheiro para elas.
A
realidade das últimas décadas tem sido trágica: muitas das pessoas pobres ou de
classe média baixa, por falta de conhecimentos básicos sobre finanças, têm não
somente permanecido pobres ao longo das suas vidas proletárias, mas também
regredido: se tornado miseráveis.
Nos
últimos tempos os números de pessoas ricas só tem diminuído, assim como também inversamente
o volume de riquezas por elas controladas. Ou seja, nas sociedades capitalistas,
a cada dia mais e mais pessoas estão ficando pobres e miseráveis e, na mesma
via, concentrando-se riquezas cada vez mais riquezas nas mãos de poucos.
Cleberson Eduardo da Costa