Por
que filosofia do amor? Não é de hoje que o amor, embora não propriamente o amor
entre homem e mulher, tem sido objeto de estudo e/ou de reflexão por parte de diversos
filósofos.
Platão,
por exemplo, em sua obra “O Banquete” traz à tona, por meio de Sócrates,
filósofo de quem fora discípulo, a gênese do ideal de amor que é hoje conhecido
como o “amor platônico”. Segundo Platão, quando somos jovens tendemos a nos
apaixonar ou amarmos pessoas fisicamente atraentes, mas essa obsessão pelo
corpo passa com o tempo, isto é, começamos, com o avanço da idade, a valorizarmos
mais a alma ou chamada “beleza interior das pessoas”.
Para
o filósofo Aristóteles, diferentemente de Platão, o melhor amor está na
amizade, ou seja, no fato de duas ou mais pessoas se unirem em busca da verdade
e/ou de um ideal comum.
Já
para Schopenhauer, filósofo do século XIX, em sua obra “O mundo como vontade e representação”, o que muitos hoje chamam de
sentimento amoroso é apenas a tradução de um radical impulso sexual visando-se
à reprodução da espécie. Ou seja, o amor, para esse filósofo, é o objeto único
de quase toda a representação humana e, em nome dele, interrompem-se as tarefas
mais sérias e desorientam-se os homens de mentes mais geniais. Nas palavras de
Schopenhauer:
“(O amante) imagina que se esforça e se
sacrifica por seu próprio prazer, mas tudo que faz, na verdade, é guiado pela
reprodução da espécie”.
Para
Jean–Paul Sartre, filósofo existencial-humanista do século XX, o amor, o dito
contemporâneo amor, não passa de um “ideal irrealizável” na prática, na vida
concreta, pois sempre tendemos a querer algo impossível das pessoas que
acreditamos amar. Em outras palavras, segundo Sartre, na mesma medida em que somos
atraídos pela liberdade e independência que nas pessoas admiramos ou amamos,
tentamos também privá-las dessa mesma liberdade e independência quando as
conquistamos ou criamos um relacionamento amoroso.
Nietzsche
(1844-1900), o filósofo alemão que teceu uma crítica radical à cultura do seu
tempo mas que ainda continua mais contemporâneo do que nunca, certa vez
escreveu que “no amor e na guerra a mulher é mais bárbara do que o homem”,
colocando o sentimento amoroso como uma espécie de força vital (vontade de
potência) que faz com que o amante se sinta em um campo de batalhas na busca da
suposta pessoa amada. Nietzsche foi ainda mais enfático ao dizer que “tudo
o que se faz por amor está além do bem e do mal”.
Como
se vê, poderíamos aqui enumerar uma série de grandes filósofos, e também de
poetas, que teorizaram sobre o amor, mas a temática não se esgotaria, ou seja,
ela continuaria inextinguível, exigindo de nós sempre novas reflexões. E esse,
sem dúvida, é um dos grandes motivos pelos quais foi desenvolvido esse trabalho.
II
A
obra, construída a partir crônicas, contos, ensaios e poemas, ora faz-nos
refletir e emocionar e, em outras, duvidar e até mesmo problematizar as novas relações
socioafetivas que estão presentes no agora dito mundo pós-moderno capitalista em
que se vive. Ela traz, assim como tantas outras criações do autor, um amálgama
explosivo de filosofia com literatura: as por ele criadas e chamadas
“Poesofias”.
Espera-se
que ela possa de alguma forma contribuir à formação de uma geração mais
humanizada, fraterna, respeitosa das diferenças, solidária, socialmente
equitativa, politicamente participativa e intelectualmente emancipada.
Os
editores
SOBRE O AUTOR
O autor (mais de 100 livros publicados, muitos
deles traduzidos para outros idiomas) é formado pela UERJ (Universidade do
Estado do Rio de Janeiro), pós-graduado em educação, pesquisador, professor
universitário, especialista em metodologia do ensino superior, licenciado em fundamentos,
psicologia, sociologia e filosofia da educação, didática, educação de jovens e
adultos, etc.
Participou de diversas pesquisas acadêmicas,
centradas em problemáticas filosóficas pedagógicas, com professores renomados,
como Pablo Amadeu Gentili (UERJ), Cristhiane silva Albuquerque (UERJ), Marco
Antonio Marinho dos Santos (OCA/RJ), entre muitos outros. De 1999 a 2008, atuou
como professor no instituto superior de educação da UCAM (universidade Candido
Mendes), nos campos universitários de Niterói, nova Friburgo, Araruama, Rio de
janeiro, Teresópolis, Rio das ostras, etc.
Nesse
universo etnocêntrico, através de pesquisas paralelas à atividade docente,
desvelou problemáticas educacionais significativas a respeito das políticas de
formação de professores, tanto na capital quanto no interior do estado do Rio
de Janeiro. Escreveu trabalhos como “a caridade da educação e a educação da
caridade”; “metodologia participava”; “fundamentos epistemológicos de
Aristóteles”, etc.
Atualmente dedica-se à docência universitária, a
pesquisas em educação e à produção de obras literárias, filosóficas e
científicas.